terça-feira, 19 de abril de 2011

18 de abril de 2011. A lua fugindo do sol...

Noite. Ainda noite e todas as luzes das beiradas acesas. Vira e mexe levantava o corpo um pouquinho para conferir as canoas. Era preciso, pois na madrugada elas chegaram muito perto da pedra e André teve que pular na água para fundeá-las mais longe. Mar calmo mas a maré ainda assim lambe. Qualquer descuido pode nos deixar literalmente... ilhados! Minha garatéia ficou no fundo, aprendi que ponta de corda que amarra a âncora deve ser de corrente. O roçar da corda nas pedras só não causou o debandar das canoas por haver mais âncoras fundeadas. Prejuízo? Nenhum. Apenas um convite para voltar com o tempo e mergulhar na busca da garatéia.
Pois a noite foi saindo de mansinho e a lua antes prateada foi enrubecendo e desmaiando atrás da Pedra da Gávea. Enquanto isso em Niterói tudo pegava fogo. Era o sol rasgando o céu em busca da lua. Mas ela fugia... a cada raio do sol ela se jogava por trás da Pedra da Gávea se despedindo das beiradas do Rio.
Bastou uma ligeira mudança na coloração do céu para eu não dormir mais nada. Esse espetáculo merece olhos bem abertos. Sendo assim às cinco da manhã acordava com as beiradas ainda sonolentas. As canoas estavam no mar, ainda dormindo ao sabor da maré que acalmara.
Aos poucos todos foram levantando e se surpreendendo. Quem ama beirada é assim mesmo, pode ver o amanhecer todo dia que ainda assim se surpreende. Afinal, tal qual o mar...nenhum dia nasce igual.
Café da manhã farto e um dia comprido pela frente. Mas tudo que vier vem no lucro, o dia já nascia mágico.
Logo ao amanhecer uma canoa surge ao longe na direção da ilha. De longe reconheci a remada e fui ajudar Carlota a desembarcar na ilha. Só de corpo. Joaquina ficou fundeada com Juréia, Nalu e todas as outras.
Mais um pouco e arrumei as tralhas na mochila e me joguei ao mar com Claudinha e Carlota. Era hora de voltar. Que pena!
Uma maré forte jogava as canoas para Copacabana pedindo um pouqinho mais de vigor para atravessar o canal. Maré de lua é assim, que nem mulher tinhosa. Mas com jeitinho é fácil seguir. Remadas mais longas despertando o corpo ainda com jeito de ilha, com vontade de ficar, e bastaram quinze minutos para desembarcar na Praia Vermelha e encontrar Ester, Léo e Jorginho voltando de remar.
As beiradas do Rio são assim mesmo, hospitaleiras. Em quinze minutos você pode modificar toda a decoração de seu quarto e salpicar de lua e estrelas o seu teto. Basta ter uma embarcação e uma alma que não seja pequena. Aí sim, tudo vale a pena!

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