terça-feira, 21 de outubro de 2014

Regata da Escola Naval. 12 de outubro de 2.014.

Equipe montada em cima da hora para uma das melhores provas do ano. Regata da Escola Naval no nosso quintal, baía de Guanabara.
Já nas areias da Praia da Urca pressentimos que a visibilidade seria quase zero. Águas frias cobertas por um clima quente. Mudança de temperatura no ar! Resultado? Névoa!
Do meu bolso do colete saquei minha pequena bússola e avisei:
- Tranquilas, tudo sob controle!
- Letícia, esquece a bússola e presta atenção na prova! Foi o que ouvi.
Remada tranquila até a Escola Naval, aproveitando os seis quilômetros para aquecimento e reconhecimento da remada da equipe, já que era a primeira vez que remávamos juntas. Primeira prova de várias integrantes: Giselle, Dodi e Renata. Eu, Lari e Paola já conhecíamos essa ansiedade.
Chegando na Escola Naval não dava para ver nada, quase não enxergava minha bússola que coloquei estrategicamente no chão da canoa entre meus pés. Não sem antes olhar para onde tinha que direcionar a canoa: Forte do Lage!



Largada! Dezenas de canoas se atropelando e muita gritaria. Queria apontar para o prédio da Escola Naval e depois seguir sutilmente para a direita mas as canoas em bloco nos empurravam para esquerda. Até que o pelotão todo desviou definitivamente para esquerda. A princípio segui para fugir da minha fama de desorientada, mas o ponteiro da bússola gritou que era para o outro lado.
- E aí meninas? Sigo o pelotão ou sigo a bússola?
Ouvi entre gargalhadas e olhos certamente arregalados, a voz da Dodi: - Segue a buça!!!!
Lá fomos nós no meio do nada e de ninguém. Apreensão total! Ou me consagro ou sou mesmo a desorientada da va'a. Doida va'arrida!







Mais um tanto de mar e vejo a minha esquerda ninguém mais, ninguém menos que Renatinha Filardi lemeando as estreantes do meu clube.
- Renatinhaaaaaaaaaaaaaaaaa, estamos juntas! Na alegria ou na tristeza!



Aos poucos fui vendo chegar os caiaques que largaram atrás e meu coração se acalmou, mais um pouco vejo a sombra de um cargueiro na minha esquerda mostrando que ali estava o canal, mais um pouco o morro de Niterói que esconde a prainha do Dark e mais um outro pouco, o Forte Laaaage!




- Uhuuuu, na frente da Samu!
Cruzamos a bóia do Forte do Lage logo atrás da equipe masculina mais forte da competição, os meninos de ouro! Tudo bem que depois do Forte Lage nem vimos a cor da canoa deles...




Nunca rimos tanto e remamos tanto. Agora seria um desastre sermos ultrapassadas. Sabíamos que atrás vinham equipes femininas bem fortes, certamente comendo os remos mas certamente sem saber que estávamos na frente.
Dali para o final foi uma gritaria só pois ainda faltavam longos oito quilômetros. A névoa já havia se dissipado e só fomos nos acalmar ao contornar a última bóia na cabeceira da pista do aeroporto Santos Dumont. Foi quando pudemos ver a reta de chegada e as demais equipes ainda se direcionando para a bóia final.




Cruzamos a ponte em verdadeira euforia, reconhecendo que união é tudo no esporte... e a natureza pode dar uma mãozinha!



Obrigada ao meu clube Praia Vermelha Vaa, ao grupo que veio em cinco canoas para participar do evento e lógico ao nevoeiro e a minha querida bússola que nunca sai do meu colete!




Créditos das fotos: FloripaSportPhotos, o Globo, Eleonora Santi.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

De volta depois de tanto tempo... 08 de outubro!

Tanto tempo sem vir aqui e no entanto tanto mudou. Ou quase tanto...


Continuo navegando, ou melhor, canoando. Agora o meu dia a dia é trazer pessoas ao mar, seja aprendendo através da Escola do Praia Vermelha Vaa Clube, seja passeando através do Va'a Tour.
Muita gente vem fluindo como o mar.



















É um caminho de aprendizado, ensinar ou simplesmente mostrar o que conhece. Isso nos faz encontrar pessoas em constante evolução que vêm para aprender mas acabam trocando e ensinando. A tarefa é contagiar com as beiradas e trazer junto para cuidar.





Mas algo não muda faz tempo, o descaso com as beiradas. Se o mar está limpo um dia ou outro, o mérito é da própria natureza que se vale das maré. Mas se chove, ô dó, já encontramos as línguas negras e os objetos navegadores não identificados, mais conhecidos como os onnis. 



Hoje particularmente, mesmo com obras da Cedae na orla, era possível ver a língua negra no canto direito da praia, dividindo a areia com um grupo de crianças de escola municipal que tinham aula sobre o meio ambiente. Uma verdadeira ironia, para não dizer tristeza!




Mas vamos seguindo, navegando e denunciando as línguas de esgotos que desaguam principalmente nas areias da Praia da Urca!