Claudinha veio direto de Búzios para dormir no Rio. No Rio? Não, nas beiradas do Rio. Já estava programado faz tempo uma dormida sob a lua e sobre a pedra. Uma pedra imensa que chega a virar Ilha, Ilha da Cotunduba. A Cotunduba é uma ilha especial, com platô, floresta, paredões, paredes de cristal e um entorno de perder o fôlego. De um lado Niterói, do outro o Rio e no meio 24 remadores completamente sincronizados e com o mesmo objetivo: tomar banho de lua! E de manhã, mais banho de lua para preparar o banho de sol.
Claudinha remava completamente zen e o dia escurecia, escurecia, escurecia... e Claudinha remava zen, zewn, zen... Resultado? Um bom tempo na escuridão esperando o melhor jeito de desembarcar. Escuridão nada pois a lua ja ia alta e tudo iluminava. Mas era noite e noite dá impressão de escuridão. So impressão. Mas basta essa impressão para duvidar que a subida na ilha com as canoas seria a melhor opção. O mar lambia a beirada da ilha, não a ponto de não nos deixar subir mas com força suficiente para colocar em risco as canoas. Sendo assim, foram fundeadas na enseada. André e Simone foram fundamentais para fundear as canoas e subir o povo ilha acima.
Junto da ilha diversas canoas, caiaques, uma lancha e a Lerua, a canoa havaiana à vela do Hugo. Lá em cima da ilha foi hora de trocar a roupa molhada, abrir uma canga e colocar as comidas e bebidas levadas pelo povo flutuante. Um verdadeiro banquete!
Aos poucos foram chegando mais remadores e no final éramos 24. Chicó chegou já tarde mostrando que a luz da lua dispensava lanternas. O mar generoso empurrava os remadores para a Ilha, nada de vento, nada de ondulação arisca. Um verdadeiro convite!
Violão, gaita, vinho e um vento gostoso que nem pedia casaco. No céu? Uma lua imensa prateando tudo! Indescritível!
Na ilha fizemos uma pequena expedição para ver a parede de cristal em uma fenda em que só entramos engatinhando. Deslumbrante, pena que existem pessoas que não se comovem com tanta beleza e castigam o lugar. Um cheiro insuportável nos fez olhar de relance os cristais e rumar para fora da toca. Diacho de gente ruim!
Mas fora esse cheiro ruim e as baratas que circulam pela ilha, tudo é mágico!
Claudinha parceiraça colocou o isolante térmico ao lado do meu, colocamos os sacos de dormir e minha cama de pedra não ficou a dever nada a minha cama. Ainda mais com um lustre daqueles! Uma lua imensa imensa imensa e um rastro prateado que nos levava até Niterói prometia uma noite de sonhos.
E o amanhecer? Ah, isso merece uma outra página!
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