quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

30 de janeiro de 2011. A nossa história.


Depois da merecida homenagem à Kimi Lokini, vem a hora de contar a nossa história nessa prova de revezamento em 77 quilômetros ao redor da Ilha de santo Amaro em Santos.
Não tem como não ficar na expectativa e até inquieta com sete horas e cinquenta minutos de prova que sequer imaginávamos o desfecho. Havíamos treinado pouco embora todas na canoa já fossem bastante conhecidas entre si. Ao chegar na praia no final da prova me perguntaram:
A equipe de vocês é forte?
A resposta veio automática:
Forte não, somos unidas e sincronizadas.
Eu devia prosseguir dizendo que também temos um leme nervoso, ansioso que quase coloca tudo a perder. Sorte que é uma prova longa e os erros podem ser corrigidos... se rapidamente.
Logo na largada que se resumia em uma corrida enlouquecida para as canoas e depois de empurrá-las para o mar era hora de subir e remar, a energia explodiu em desespero. Pois bem, empurrei a canoa ao máximo que pude correr dentro d'água e de repente uma ondinha traiçoeira levantou a popa da canoa e perdi a subida. Vi as meninas remando enlouquecidas e eu segurando a canoa para não perder o pé de vez.
Renatinha, eu não subi. Falei baixinho.
Só senti Renatinha levantar do banco 5 e me puxar com uma força descomunal que jamais havia visto. Pronto, rema!
Nessa largada neurótica perdemos posição para a equipe Kimi Lokini e demoramos um pouco a alcançá-las. Um pouco que pareceu uma eternidade. Nessa eternidade ainda perdi meu remo no mar e em um reflexo tão descomunal quanto a força de Renatinha, o alcancei no mar boiando, indo, indo... ufa! Se tivesse caído pelo lado direito na certa viveríamos um huli de tanto que estiquei meu corpo para alcançá-lo. Para quem não sabe, o huli é a virada indesejada da canoa.
Isso foi apenas um começo. Depois do barco de apoio da equipe adversária quebrar, ficamos com o pensamento à deriva, pois já havíamos acostumado com o ritmo e contado aos nossos corações que os batimentos iam permanecer lá no alto durante todo o percurso. As meninas vinham mordendo nosso calcanhar ainda que tres minutos nos distanciasse quando o barco delas quebrou.
E o batimento permaneceu em alta, assim como a frequência das remadas... mas não mais para competir com as santistas, e sim com os santistas. O barco masculino que estava fechando o cortejo nos deu um trabalho danado e somente no final arrancou de forma a não nos deixar mais alcançar. Muito bom. Seria desolador remar sete horas e cinquenta minutos tendo somente a nós mesmas a superar.
Diversas histórias desfiaram pelo contorno da Ilha de Santo Amaro e não caberia aqui contar todas elas, ainda que sejam dignas de narrativa: tal qual o pulmão da Carol apertado quase a sufocar quando finalmente foi liberto por um arroto. Teve de tudo. De tudo e mais um pouco. Mais um pouco e muito mais com o pessoal do apoio, Ulisses, Felipe e André que não deixou ninguém cair.
No final era uma festa só ao concluir uma das provas mais duras do calendário brasileiro e ver amigos queridos remando juntos, com a mesma garra e o mesmo sorriso!
As fotos não são poucas para orgnizar, vão então de enxurrada na sequência da história. Ulisses e Carlinha contribuiram em quase todas as fotos, tem muito muito mais!







































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