sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

25 de fevereiro de 2011. Quando o mar pede suavidade...






Cinco e meia da manhã e o dia já vem claro mostrando que valeu a pena deitar cedo. Rodrigo já estava chegando para sair em sua prancha oceânica. Saudades de remar solo com o Comadante. Solidão a dois é sempre bom...






Um mar coalhado de espumas nos aguardava quebrando ondas traiçoeiras na beiradinha, mas com paciência e suavidade o embarque e o desembarque aconteceram sem qualquer turbulência.
Turbulento estava o mar. Isso nos obrigou a remar suavemente e a mais uma vez constatar que uma reta nem sempre é o caminho mais seguro embora mais curto. O sacode da ondulação pedia que deixássemos as embarcações ir ao sabor das ondas, ao menos um pouco.
Rodrigo se equilibrava em sua rápida prancha oceânica e eu poupava o casco de Janaína que está com a parte interna descolando do coromati que a reveste. De cima do banco via com dor no coração a fibra descolando a cada onda mais arrebatada. A saída era não disputar com o mar e seguir naquele zigue zague para não deixar a ama trabalhar demais. E o mar maltratou bastante hoje, tanto as canoas quanto os remadores que se equilibravam sobre elas. Principalmente nas esquinas!






Assim fomos, equilibrando, conversando e fotografando sobre um mar sujo e cheio de espumas. Triste verão que mancha as beiradas do Rio de Janeiro. Lixo de tudo quanto é tipo mostrando que a solução é freiar mesmo o consumo. Até porque... jogar aonde o que consumimos? Está tudo muito ocupado. Até o garrafão de 20 litros que não me deixa em paz estava lá, pois é... o lixo persegue.
- Será que dá pra levar?
- Não Lê, não dá.





Muitas embarcações pelo caminho e principalmente lá perto do Sorriso, na altura do posto 5. Um barco ou outro virando lá no Arpoador. Todos jogando a linha.
A lage recebe firme as ondas que quebram com dureza sobre ela. Nem deve doer tão dura é a pedra, só alisar...
As demais condições eram perfeitas. Nada de vento, nada de correntes fortes, apenas uma ondulação anárquica que nos obrigava a remar suavemente ensinando que no mar é tal qual na vida.
Em Ipanema a cor do mar não merece a sujeira. Um azul intenso lindo nos deixa imaginando como não seria tudo isso sem a feia espuma que o cobre.
Mas um olhar mais poético sobre uma prancha oceânica vê beleza até nas espumas de sujeira...
- Olha a renda!
Realmente ali perto da Ilha do Anel, as espumas formavam um rendado lindo, como uma imensa colcha sobre o azul do mar.






Entre conversas e desequilibradas voltamos tranquilos para a Praia Vermelha. Comandante caiu algumas vezes mas tão rápido caiu, tão rápido subiu. Nem deu para registrar, só rir, rir, rir... sorrir.



No estacionamento o encontro com Léo, Mássimo e Iuri que foram para outras bandas. Depois fomos nós para outras bandas, para longe das beiradas... mas só em corpo, o pensamento ficou.

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