quarta-feira, 17 de novembro de 2010

17 de novembro de 2010. A lambida do mar dói!



Às cinco horas da manhã o cheiro que vinha lá de fora era de chuva. Levantei sabendo que viria torpedo no celular. Mais trinta minutos e Ester avisava que não iria e descansaria assim como Nalu. Carlota devia estar no quinto sono abraçada com Nina. Levantei sabendo que iria navegar em carreira solo hoje.
Tudo pedia para ficar, inclusive Marisa Monte na rádio... pensei: - A música que tocar será o meu recado. E assim veio a Marisa cantando "Alta Noite".   http://www.youtube.com/watch?v=gAHvxPdbeQo
Ai Jesus, pensei com meu remo... Mas lá fui eu mesmo imaginando que o povo flutuante tão pouco estaria por lá se recuperando do estirão de Floripa.




Que nada... já cheguei vendo o Hugo Caveira vindo lá dos bondinhos. Nada de vagas, seria o aviso final para voltar para a cama se não visse o MC. Estava lá a equipe masculina para sair de oc6. Estavam também Machado, Jorge e Chinês mostrando que os trinta quilômetros em Floripa só deu mais vontade de remar.
Tempo nublado com tudo coberto e o mar lambendo ali na areia. Águas escuras e cheias de espumas e um vento danado de arretado jogando a bandeira do Botafogo para o lado e avisando que soprava de nordeste. Na volta enfureceu e me travou de sudoeste. Danado! Fui para a Praia da Urca visitar Maia no cavalete e convencida de que a volta seria uma festa. A ida foi uma festa, um surf delicioso até o Cara de Cão. Já  a volta... quase um fim  de festa.
Mas ali na enseada o mar lambia o costão do Caminho do Bem te Vi e mandava o alerta pela lage... o trajeto era passar por fora.
Se o Léo Silva achou o blog pornográfico outro dia, o que dirá se eu contar que o mar lambia a fenda com vontade? Pois é, lambia!





Todos foram para o lado do Posto 6 confirmando o aviso da Marisa no rádio, só o Chines passou por mim acelerado lá no Cara de Cão. Eu havia acabado de virar com Janaína... não que o mar estivesse arisco, mas essa vida de paparazzi às vezes molha. Uma distração com a máquina e pronto... remadora ao mar! Voltei devagar para Janaína e segui deslizando em direção à Praia da Urca. Encontrei Marquinhos escoltando dois novatos de caiaque e na volta nos cruzamos ali no mesmo ponto, dentro da prainha do Forte São João. As companhias  muitas vezes nos fazem desacostumar a sair em carreira solo. Estava feliz com Janaína mas me sentia um pouco só. Esses encontros no mar dão uma energia danada, trazem segurança tal qual o colete, o apito e o celular, companheiros inseparáveis nessa carreira solo.















A volta foi um pouco mais lenta pelo vento e pela  maré. Mas o mar estava tranquilo de liso e coalhado de espumas. O vento levantava as espumas mostrando a direção que soprava. Não era muito animador.
Entrando na enseada da Praia Vermelha tudo muda e fica um sacolejo enjoado de incomodar a lombar. Mas devagar se chega lá.







Desembarque até que tranquilo, mas inconsequente. Resolvi sair com calma, desmontar Janaína para depois lavá-la. Péssima idéia, devia mesmo ter saído com ela limpa sobre os ombros. Ao carregá-la para lavar, pousei sobre o mar que voltava e a danada fez um vácuo na areia que não me deixou levantá-la. Resultado? Foi embora na lambida e voltou cuspida pela onda! Ai, doeu!  Doeu muito, tanto que deu um teco ali no meio. Desculpe Janaína, senti na alma o meu descuido. Aprendi mais uma vez que as lambidas do mar, além de pornográficas, pode ser doloridas!
Ainda assim valeu enfrentar as condições contrárias para voltar a navegar no fluxo do dia a dia!

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