Dia quente, muito quente. Anúncio da chegada do verão. O dia amanheceu com um manto de nuvens sobre o Cristo Redentor que foi se dissipando ao longo da manhã.
Por pouco o furacão louro perde a hora e graças ao reboque de Chuck, conseguimos chegar a tempo de carregar baldes, canoas e registrar o dia amanhecendo sob os pés do Pão de Açúcar. Aliás, hoje o Pão de Açúcar parecia repousar sobre um café com leite no pires já que as águas de verdes se transformaram em marrons.
Nas areias da Praia Vermelha foram montadas tres canoas de seis remadores, sendo uma do Carioca Va_a e duas do Praia Vermelha Va_a, também foi para água mais duas canoas do Praia Vermelha montadas como catamarã. Saudades de remar em grupo grande assim.
O mar liso estava convidativo e o calor prometia um mergulho inesquecível no posto 6. Lêdo engano, falsas promessas. O mar estava um lixo. Irreconhecíveis as águas para o mar que havia no domingo! Só mesmo em Ipanema as águas voltavam a ficar verdes. Mas não chegamos até lá, vi depois.
Muitos barcos na captura das lulas e muitas gaivotas com seus rasantes sobre as canoas. As beiradas nunca ficam despovoadas.
Uma maré deliciosa empurrou as canoas numa velocidade que chegou a atingir 11 km/h, mesmo o catamarã. É muito gostoso remar lado a lado e hoje estava um dia perfeito para treinar sincronia, técnica... e discretamente fotografar!
Na volta fiz o leme de um catamarã pela primeira vez, adorei! É bem verdade que durante as fotografias a canoa zigue zagueava um pouco, mas era imperdível registrar os remos entrando juntos na água num verdadeiro balé. E apesar das águas sujas, o entorno estava deslumbrante com os costões de saia verde. A maré baixa mostrava a linha das algas num verdadeiro streaptease dos costões!
Na volta passou por nós a canoa dos meninos empolgadissima e super veloz, nem pensar em chegar junto. A foto embassada não foi bem pela velocidade mas sim pela lentidão da fotógrafa em limpar a lente. Muita pressão de alguns remadores para manter as mãos no remo, paciência, ainda assim vale aqui o registro. Este motim na canoa será sempre bem vindo! Todo mundo sai bem na foto... as beiradas ajudam!
Perto do Leme cruzamos com Juliano em sua canoa individual e... meia volta... lá vem ele nos acompanhando. Ainda deu para, numa virada estratégica sem perder o rumo, fotografá-lo sob o manto negro da nuvem que se formou. Formou e não desabou em água, o sol acabou mesmo rasgando as nuvens e castigando a cidade.
Desembarque, desmontagem, uma gracinha ali, outra aqui e muito a contragosto me despeço das beiradas. Amor é assim mesmo, podem maltratar, deixar sujas, descuidadas... ainda assim serão sempre as beiradas amadas!