terça-feira, 30 de novembro de 2010

30 de novembro de 2010. Catamarã sobre águas sujas!






Dia quente, muito quente. Anúncio da chegada do verão. O dia amanheceu com um manto de nuvens sobre o Cristo Redentor que foi se dissipando ao longo da manhã.
Por pouco o furacão louro perde a hora e graças ao reboque de Chuck, conseguimos chegar a tempo de carregar baldes, canoas e registrar o dia amanhecendo sob os pés do Pão de Açúcar. Aliás, hoje o Pão de Açúcar parecia repousar sobre um café com leite no pires já que as águas de verdes se transformaram em marrons.
Nas areias da Praia Vermelha foram montadas tres canoas de seis remadores, sendo uma do Carioca Va_a e duas do Praia Vermelha Va_a, também foi para água mais duas canoas do Praia Vermelha montadas como catamarã. Saudades de remar em grupo grande assim.







O mar liso estava convidativo e o calor prometia um mergulho inesquecível no posto 6. Lêdo engano, falsas promessas. O mar estava um lixo. Irreconhecíveis as águas para o mar que havia no domingo! Só mesmo em Ipanema as águas voltavam a ficar verdes. Mas não chegamos até lá, vi depois.
Muitos barcos na captura das lulas e muitas gaivotas com seus rasantes sobre as canoas. As beiradas nunca ficam despovoadas.
Uma maré deliciosa empurrou as canoas numa velocidade que chegou a atingir 11 km/h, mesmo o catamarã. É muito gostoso remar lado a lado e hoje estava um dia perfeito para treinar sincronia, técnica... e discretamente fotografar!




Na volta fiz o leme de um catamarã pela primeira vez, adorei! É bem verdade que durante as fotografias a canoa zigue zagueava um pouco, mas era imperdível registrar os remos entrando juntos na água num verdadeiro balé. E apesar das águas sujas, o entorno estava deslumbrante com os costões de saia verde. A maré baixa mostrava a linha das algas num verdadeiro streaptease dos costões!


Na volta passou por nós a canoa dos meninos empolgadissima e super veloz, nem pensar em chegar junto. A foto embassada não foi bem pela velocidade mas sim pela lentidão da fotógrafa em limpar a lente. Muita pressão de alguns remadores para manter as mãos no remo, paciência, ainda assim vale aqui o registro. Este motim na canoa será sempre bem vindo! Todo mundo sai bem na foto... as beiradas ajudam!





Perto do Leme cruzamos com Juliano em sua canoa individual e... meia volta... lá vem ele nos acompanhando. Ainda deu para, numa virada estratégica sem perder o rumo, fotografá-lo sob o manto negro da nuvem que se formou. Formou e não desabou em água, o sol acabou mesmo rasgando as nuvens e castigando a cidade.








Desembarque, desmontagem, uma gracinha ali, outra aqui e muito a contragosto me despeço das beiradas. Amor é assim mesmo, podem maltratar, deixar sujas, descuidadas... ainda assim serão sempre as beiradas amadas!

domingo, 28 de novembro de 2010

28 de novembro de 2010. Um longo prazer...




A remada hoje quase que teve outro rumo, outra energia. A cidade anda mesmo estranha com a onda de violência, fico pensando nos contrastes dessa vida urbana. Enquanto na zona norte centenas de pessoas sofrem com o aperto que a polícia tenta dar nas facções criminosas, na zona Sul nossa canoa desliza beirando a orla da Praia Vermelha até o Sheraton. "Ó mundo tão desigual, tudo é tão desigual..."




Mas quase que a canoa não desliza. Ruídos de comunicação e baldes de água fria quase me fazem sair com Abaeté e Carlota abortando a canoa de seis. Mas uma liga daqui, outra dali e de manhãzinha já estávamos ali na Praia Vermelha para montar a canoa com a ajuda do Chicão e do Clóvis. Éramos cinco mulheres com o super Jonhy no leme.
De manhãzinha estava por ali acordando um sorridente morador de rua. Fui repreendida pela simpatia que demonstrei no agradecimento da foto. Realmente, a barraca armada na areia... e já vieram me contar que tudo fica por ali uma sujeira quando ele sai. É... não dá para estimular e compreender o lugar escolhido para pernoitar. Já basta o lixo ali das areias que hoje tinha até dois latões de doce leite, perfeita para as moscas se proliferarem. Por falar nisso, têm uns zangões, moscões, mosquitões ou que diacho será que ficam ali em volta dos caixotes e das canoas fazendo buracos na areia. Muito bizarros, depois fotografo!



Dia de sol sem vento, de águas verdes cristalinas e corrente que leva e que trás. Mudança na formação da canoa, energia, leme esperto... sabe lá o que fez a canoa navegar muito bem tanto na ida quanto na volta.
Mergulho no Arpoador indescritível em um mar caribenho depois de um treino puxado mas tranquilo. Depois do mergulho fomos remando margeando a beirinha cristalina como quem não quer nada. De remada em remada chegamos em frente ao Sheraton e paramos para um lanche e fotografias. Uma pedia para voltar, outra pedia pra voltar... o horário... e Jonhy fazendo ouvido de mercador. Ótimo leme, vai e nem quer voltar!












Ondulação levando a canoa da Praia Vernelha, no deslize, até o Arpoador, depois mantendo o deslize pela beirinha até o Sheraton, depois voltando por fora também a favor e só mesmo entre o Arpoador e o Posto Seis e na chegada do Leme é que ficou um pouquinho mais pesada. Mas estava bom demais, tão bom, tão lindo o dia que nada fazia arrasto!




O outro mergulho foi só lá no Leme, onde vimos passar uma canoa da Rio Va_a e logo depois uma do Mauna Loa. Bom poder dividir o mar com tanta gente que também dá valor a essas beiradas. Lá atrás no Arpoador passamos também pelo Marcão em sua canoa Temahana linda! Rodrigão estava nas águas também, mas foi para dentro da Urca. Só fomos nos rever na volta quando ajudou a mulherada a colocar a pesada canoa no cavalete.
Condições perfeitas para remar. A vida é assim mesmo, às vezes quando tudo parece desandar basta respirar, refletir e transformar; a vida dá um limão, ora, a gente faz uma limonada! Não vieram todas que combinaram o passeio, mas quem veio, veio muito bem vindo. Doce limonada!









Doce também foi a água de coco na barraca da Leni e do Fabrício. O dia estava tão lindo que até o Carlinhos Ai Jesus desfilava de óculos escuros como um típico carioca em pleno verão. É... beiradas de domingão! Duas horas e meia de puro deleite!