terça-feira, 6 de setembro de 2011

06 de setembro de 2011. Que vento foi esse?





Nossa! Foi chegar na Praia Vermelha para assistir um nascer de sol lindo de vermelho. Um mar liso se estendia até Niterói mesclando o azul com o laranja do amanhecer. Lindo!
Gente colorida e bronzeada montando as canoas. Até mesmo o mais branco remador estava iluminado de sol. Indescritível.
Tres canoas completas estavam se organizando para sair e me ofereci para sair com Juju em carreira solo arrastando comigo Ulisses e Cristiano que sairiam com Abaeté. Adoro sair em grupo, adoro sair em dupla, em quatro, adoro sair em carreira solo, adoro sair...













Chegamos na Praia da Urca e  um mar espelhado nos esperava. Lá para os lados do Flamengo e da ponte, o sol já castigava de amarelo as beiradas.
Montamos as canoas e combinamos de dar a volta na bóia da Cotunduba e voltar para a Praia da Urca. Dali daquelas beiradas também saíam diversas canoas cheias de remadores, tanto da Rio Vaa quanto do Urca Vaa.
Devia ter desconfiado de tanta beleza acima da linha do mar. É... porque abaixo tudo continua negro e sujo, diria até que com mau cheiro. Uma ondulação suspeita varria a mureta da Urca, pensei que iria me divertir na volta. Lêdo engano, não haveria volta.




Quando cheguei na virada do Cara de Cão percebi a armadilha do tempo. Vagas enormes cresciam coladas no forte do Lage e ali na esquina uma ondulação sinistra mandava as canoas fazer a curva afastadas do Costão. Lembrei da Copa Rio, lembrei daquele sábado que me veio claro na lembrança.
Mas segui.
Segui sem poder seguir já que estava sem colete, sem apito, sem celular. Havia ido preparada para sair em grupo em uma canoa de seis e levianamente me via solo de cara para um vento de 14 nós. Nóóóó...
Trocar o remo de mão era perigoso, corria o risco do vento levar o remo.
Mas segui.
Ao longe vi Abaeté virada lá perto da bóia, os meninos também não estavam tão confortáveis. Continuei até a virada da Praia Vermelha e ali decidi sem pestanejar, abortaria  a volta e iria para as areias mais próximas. Praia Vermelha. Logo os meninos chegaram perto e dei a mesma sugestão. Aceitaram na hora.
Ainda vi as meninas do Rio Vaa passando remando, me pareciam tranquilas. Os meninos já haviam passado. Depois fiquei sabendo que as meninas tiveram que ser rebocadas. Ali foi que percebi que minha decisão havia sido acertada. Mas até saber dessa notícia achava que havia feito um pacto sinistro com o mar pois o vento não me deixava chegar nas areias da Praia Vermelha. Em um momento de insanidade pensei em dar meia volta e ir aonde o vento levar. Estava exausta. Mas o vento avisava que me mandaria para o canal e as ondas não aconselhavam dar meia volta. Juréia parecia um cavalo doido e na enseada da Praia Vermelha ganhava tapas e tapas de cristas de ondas que quebravam.
Acredito que levei intermináveis trinta minutos da ponta do pão de Açúcar até as areias. Ulisses e Cristiano chegaram logo depois e na estréia da remada dupla pareceu que se divertiram.
As canoas do praia Vermelha já estavam acomodadas nos cavaletes. Soube depois que voltaram do Leme mesmo, não conseguiam remar contra o vento.


Desembarquei exausta torcendo para nenhuma onda me lamber pois não encontraria mais força para fugir da soca.
Fotografias? Impossível, só da parte da calmaria. O resto, guardo na alma como aprendizado!

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