terça-feira, 30 de agosto de 2011

30 de agosto de 2011. Remédios surfando no mar...










Dia de acalmar a alma e sair solo com Juju. Mas não iria pelo percurso do sábado. Não queria rever o Cara de Cão por enquanto. Sendo assim, rumei com Juju até o aeroporto costeando a enseada e a praia do Flamengo. Delícia de canoa!-
Parei um instante na cabeceira da pista do Santos Dumont para fotografar e percebi as águas levantando a cada lufada de turbina dos aviões que decolavam. Lindo ver as partidas e chegadas.








Mas era hora de voltar e um surf delicioso me levou rapidamente ao outro lado da Praia do Flamengo, sempre margeando.
Ali colada à pirâmide e ao muro de pedra um surf indescritível me levou até a Praia de Botafogo. Delícia de remada, o mar talvez esrtivesse se desculpando do sufoco que me deu no sábado. Retribui remando forte e aumentando o percurso no máximo que podia margear.
Ali perto da Pirâmide uma triste cena... dezenas de caixas de remédio de amostras grátis. Triste ver o desperdício e o local onde foi jogado o descaso. A Baía não merece, a população muito menos! Parei para registrar e prossegui no deslizar de Juréia.



Pensei... isso está muito fácil e leve, em algum momento vai piorar. Pois sim, foi contornar por trás dos barcos do iate e virar para a Praia da Urca que senti a força do vento e da maré que minutos antes me empurravam. Agora me freavam...
Mas não tem nada não, agradeço o presente de todo jeito. O mar hoje estava de bem comigo eu estava de bem com a vida.
Cheguei nas areias junto com a canoa superlotada do Urca Vaa e ainda pude ouvir meu nome sendo gritado ao longe pela querida Alê. Mil beijos jogados no ar e meia volta vou ver com a alma lavada. O corpo sujo das águas imundas da baía, mas a alma lavada!

 

27 de agosto de 2011. A maior lição... humildade.






Dia de competição. Segunda etapa do campeonato estadual. Estava com uma equipe mesclada de novatas e mais experientes. A notícia era de mar grande e vento. Muita festa nas beiradas da Praia da Urca. Pessoal do caiaque fazendo curso com o Fuchs. Remadores de canoas havainas. Stand ups. Fábio Paiva com seus surf skis ultra velozes. Festa de cor e de gente!
Mas foi largar e a festa tomou outro rumo. No início era apenas a adrenalina de andar junto das outras equipees femininas, mas foi virar o Cara de Cão e  a adrenalina passou a ser manter a segurança da canoa. Tirei os olhos das outras canoas e mandei a energia para dentro da nossa. Precisaríamos por todo o trecho.
O mar algumas vezes nos ensina que nada sabemos. Não lembro de ter remado por ali naquelas condições. Uma ondulação constante atacando a ama e um vento danado ameaçando levantar os iacos.
Uma virada errada no Cara de Cão e perdemos a reta em direção à Cotunduba. O rabo da canoa entrou e fomos jogadas de encontro ao paredão. Deveria ter segurado e deixado ela ir reto depois de costear o Cara de Cão, nada de entrar naquela enseada traiçoeira, ainda mais de rabo!
Finalmente descobri porque aquele trecho é tão perigoso por ali. Canoa fora do rumo e os braços femininos dificilmente conseguiriam nos tirar dali. Era preciso muita força para corrigir meu descuido. Mas entre gritos e sustos, as meninas tiraram a força de dentro da alma e nos livramos por pouco de nos arrebentar na esquina do Cara de Cão.
Pensei... proteção? Só mesmo os coletes e uma lancha de apoio com dois tripulantes. Não tínhamos cabo para arrasto e nem gente para ajudar a desvirar a canoa em caso de huli. Muita água entrando na canoa mas só fomos escoá-la na virada da bóia da Cotunduba. Precisávamos da força da Carlota no remo e não tirando água...
As canoas sumiram lá na frente e eu só pensava em chegar sã e salva com as meninas.
Mais um erro de leme e a corrente nos levou ao encontro do Forte Lage enquanto as canoas seguiam pelo meio do canal. Muita força para sair da reta do Lage e voltar ao rumo. Isso nos custou dez minutos atrás da primeira canoa e cinco minutos atrás da terceira.
Aprendizado? O mar sempre ensina. Humildade e respeito, palavras gêmeas que devem estar sempre dentro da canoa. Parabéns para quem soube pactuar com o vento e as correntes e parabéns para minha equipe que enfrentou um dos piores mares que vi por ali!











sexta-feira, 26 de agosto de 2011

23 de agosto de 2011. Perde-se o bonde mas há outro bonde.





Uma noite mau dormida, um dia frio e nublado de inverno... duas combinações perfeitas para perder a hora de ir para as beiradas. Hoje o treino sairia dali da Praia da Urca. Cheguei e já haviam duas canoas lotadas e Robertinha com idéia de ir embora. Sairia com Juju mas isso era um convite para Abaeté.
Maré cheia, águas sujas e carregadas de óleo. As águas hoje estavam densas, mais densas do que de costume e com muito lixo boiando. Não sei como ainda avistamos duas tartarugas bem grandes ali na boca do rio que um dia foi o rio Carioca. Nossa, não sei como sobrevivem a essa sujeira, dói o coração.
As canoas se dispersaram pela Baía.
- Para onde vamos Robertinha?
- Ah... vamos para águas calmas.




Robertinha remava pela segunda vez em canoa dupla, mas parecia uma veterana. Remou direitinho. Falei para nem fazer a chamada, eu ali atrás no leme mudaria  a cada troca e apesar da inexperiência, Robertinha não fazia a canoa desestabilizar. Fomos equilibradas até a Praia do Flamengo e depois voltamos contornando a baía por entre os barcos do Iate.
De presente, levei Robertinha para conhecer o quadrado da Urca. Ô lugarzinho sujo, mas lindo com o Cristo de braços abertos sobre a ponte que forma um portal para o estacionamento de traineiras.






Nas águas muitas canoas de dois, de um, de seis, caiaques, barcos a remo... as beiradas estavam mesmo frequentadas.
Boa remadinha apesar do atraso. Quarenta minutos para espantar a gripe da Roberta e para fazer meu corpo reagir a uma noite em claro. Mais tarde desabo, mas de manhã é hora de ir para o mar!

20 de agosto de 2011. Maré danada que me bambeou.









Acordei melhor das cólicas estomacais que tive. Remo nessas águas sujas todos os dias e quase não tenho nada. Como uma besteira e pronto... lá se vai meu sono. Mas acordei melhor e fui para o mar. Já havia combinado com as meninas.
O vento e a corrente absurdamente forte avisaram que era melhor ter me poupado. Nunca fiz um leme tão difícil da Praia Vermelha até a Praia da Urca, a canoa era arrastada para dentro da praia do Forte. Tivemos que passar longe do Cara de Cão para não sermos devoradas pelo costão.
Depois do sufoco, uma passagem sob a ponte do Forte, longe dos olhares repressores dos guardas, e um desembarque tranquilo nas areias da Praia da Urca.



As canoas ficaram por lá aguardando a competição que vai acontecer no sábado. O campeonato Estadual Carioca em sua segunda etapa.
No mais... algumas poucas fotografias e rumo para casa para seguir em um sábado de recaída. Mas ainda assim não me arrependo de ter ido ao mar.