sábado, 17 de dezembro de 2016

Vamos falar de v1?

Há 12 anos comecei no va'a. Paixão à primeira vista, como acontece com quase tudo o que amo. Logo quis ter minha primeira canoa, logo quis ter uma canoa dupla, logo quis ter uma canoa para quatro pessoas e depois uma canoa para seis. Re-união. Amigos, Isso me leva a querer bancos sobre o mar!










Mas eis que há alguns anos experimentei uma v1. Como foi difícil convencer aquela embarcação que eu queria traçar rotas, que eu queria mariscar pedras, que eu queria enfrentar ventos! Até hoje fazemos pactos, ali não mando nada, apenas desejo, sugiro e espero pacientemente ela me atender.
Rubi me foi dada de presente por minha irmã Cecília há quase quatro anos e de lá para cá enfrentamos mares tranquilos e outros nem tanto.
Quem senta em uma v1 vai saber do que estou falando. Não há leme, não há nada o que fazer a não ser remar e direcionar nossa rota com o próprio remo. Ah, isso se a corrente e o vento deixarem.
Falando assim vocês podem me perguntar qual o prazer em navegar em uma canoa tão independente e sujeita às condições de tempo e mar? Digo sem pestanejar que este vestido não me aperta. Rasga, estica, encolhe, relaxa... mas me veste.
Para começar não é uma embarcação sit on top que fico me equilibrando sobre ela e sobre o mar. Entro, me encaixo naquele ninho e deslizo na linha d'água ouvindo o mar raspando do lado de fora quase no nível de meu assento. É uma puxada de mar e um deslizar quando o mar se estende brigadeiro. É uma puxada de mar e uma descida desenfreada quando o mar transformado em onda me coloca ladeira abaixo. É uma puxada de mar e uma guinada para onde não quero ir quando a corrente vem me convencer que terei que permanecer indefinidamente remando de um lado só.









Isso é uma v1, o imprevisível, o imponderável, o prazer quase que indescritível quando conseguimos fazer pactos... eu, ela e o mar.
Salve Rubi!







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