sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11 de novembro de 2011. Observar, esse é o lema do mar!


Dizem que dia 11 de novembro de 2011, por ter muito um na data e ser raro, traz algo de diferente. Já eu diria que o mar todos os dias é que traz algo diferente. Sempre!
Cheguei bem cedo na praia, cedo de escuro ainda e já tinham as canoas do Urca Vaa se preparando para zarpar. Antonio já estava lá matando as saudades do mar e logo depois chegou Bruno, Deborah e cia. Me deixei ficar mais um tempo e parti com Juréia para dar a volta na Ilha da Cotunduba.








Águas paradas e escuras. Dia claro, sem nuvens. Tempo sem vento. Mar sem corrente... era o que parecia.
Liguei o som e fui feliz da vida. Só.
Algumas fotografias pelo caminho e quase faço um rolamento de canoa havaiana ali na Boca da Barra. De repente vejo os dentes afiados da esquina quase a me engolir. Mas só ali costeando o forte o mar mostrava toda a sua carência exigindo atenção. Ali e atrás da Ilha da Cotunduba. O resto era um deslizar sem fim, de dar gosto de tão liso. Vai entender esses rompantes de mar!





Parei um pouquinho na enseada da Cotunduba e ainda fotografei um remador de Stand Up que sequer me deu bom dia. Pensei ser algum deficiente auditivo ou quem sabe estava tão compenetrado que nem me viu passar colada ao lado. O mar tem disso, nos absorve. Depois soube que é um grande remador de stand up.
Fui remando pensando nessa solidão de mar. Senti saudades da Flavinha, da Carlota, da Ester, das conversas. Mas ao mesmo tempo gosto desta solidão de mar, deste deixar ficar sem despropósito, sem assunto, sem nada junto. Faz o pensamento voar, acompanhar as gaivotas em seus voos razantes e esquecer de voltar ao que estava pensando antes. Sensação infinita de oceano!








Contornei a Cotunduba e caí num repuxo danado. Algumas ondas colocavam o bico de Juréia no ar, longe do mar. Depois o bico afundava na água. Desviei a canoa um pouco para Niterói para que o bico não mais afundasse e foi só passar a esquina da Cotunduba e deslizei em um down wave sem fin até a Praia do Meio.
Observar, esse é o lema do mar. Tal qual a motocicleta veloz no meio dos corredores de carros em um trânsito parado, devemos estender o olhar lá na frente para ver o rumo a seguir.
Esse olhar lá na frente me fez desviar um pouco do Cara de Cão que jogava as pequeninas cristas de onda sobre a ama de Juréia. Antes de cruzar a curva que me sacudiria sobre o banco, resolvi parar na Praia do Meio e dar um mergulho nas águas escuras e geladas. Ô prazer danado!
Lá atrás, quando saía das costas da Cotunduba, vi passar deslizando o grupo do Bruno. Déborah fechava  a fila com sua canoa linda, vermelha, difícil de não ver no mar!











 
 
 
 
 
 
 
 
 

Desembarque tranquilo nas águas transparentes e sujas da Praia da Urca. Às vezes penso que qualquer dia desses me deixo ficar e crio escamas. Não sabe de nada quem pensa que mar não fixa raiz!
 

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