quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Os recessos valiosos!

Recesso. Dia de acordar sem hora. Senhora do meu destino. Mas ficar longe do mar me inquieta, sinto falta. Então vou remar... V1.

Liguei pra Vik pois sei que ela sempre atrasa e assim teria tempo em cima de qualquer tempo que eu marcasse. Companhia perfeita para chegar na hora que chegar.
No Guanabara encontrei Leo Santi e Borragio. Menos hora marcada ainda pois não há como não jogar conversa fora. Fora hora! Hoje é dia de pausa.
O combinado era quem chegasse na Urca primeiro, esperava a outra. Então estava no combinado... Sem hora.

Com todo o meu tempo entrei no mar sobre Rubi e mirei a praia da Urca num deslizar favorável. Ô recesso bom, até a maré vazante com vontade me mandava descansar. Descansada eu? Derscansada era a Vik que de longe vi lentamente apoiar a ama na areia. Mesmo depois de toda a minha demora lá estava ela também sem hora. Por mais que me sobrassem ainda mais horas, mais horas ela ainda teria no seu tempo! Desremei, remei, enrolei... Ah, não vou descer para pegar a canoa da Vik no cavalete não, recesso. Me viu ali remando quase sem remar e arrumou outro cabra pra ajudar. Pronto, já posso desembarcar... Rs
Lello passava por ali. Até parece anjo que sempre aparece de repente.
Mais um tempo e as duas canoas já miravam para a ilha da Cotunduba. 











Remadinha boa e de conversa em conversa, de livro em livro que eu li e ela leu, já estávamos parando na enseada da Cotunduba para um mergulho. O mar verde transparente nem de longe parecia o mesmo mar negro e oleoso da baía de Guanabara até o Cara de Cão. Pena que na passagem mais linda por trás da ilha, nada de fotos. Seria arriscar demais meu celular com a tela toda rachada. Tão pouco registrei a passagem por trás da Ilha do Anel e do Anelzinho. Quem passa por ali  em dia de águas claras imagina o que eu poderia ter registrado. Águas lindas e transparentes. Dia mesmo de recesso, de remar devagar longo e profundo tendo cada vez mais a certeza de que esta é a forma de mariscar com uma v1. Que delícia de remada raspando nos costões! Desembarque clássico na Praia Vermelha em homenagem ao que foi ali um dia. A base de clubes pioneiros, Clube Carioca de Canoagem, Carioca Va'a, Praia Vermelha Va'a e Rio Va'a. Praia onde também comecei a remar e que agora de sinais, apenas as bases cortadas dos cavaletes. Perigoso de banhista tropeçar. Aliás, tropeço feio do poder público em proibir a exploração ordenada do lugar para canoagem. Mas quem sabe um dia volta. E assim volta também minha amiga Leticia Argentina que ontem mesmo se queixou de saudades. Depois de um lanche  sentada na areia com a Vik e mais conversa jogada fora, jogamos alguns lixos catados no mar e na areia e voltamos para água. Aliás, que areias sujas. Expulsam as canoas mas nada de expulsar o lixo.










De volta ao mariscar suave e descansado, voltamos até a praia da Urca. Afinal devagar pois estamos em recesso. Me parece que a população e o poder público ainda vivem seu interminável  recesso pois o mar era uma crosta compacta de óleo e esgoto do Forte São João até o Clube de Regatas Guanabara. Triste baía. Bela remada nesta triste baía. Fico imaginando a delícia de remar em águas limpas e acordo para o cotidiano. Aqui não podemos ter recesso. Denuncie, insista, faça o teu papel!
Escaparam algumas fotos desembarcadas que posto aqui. Preciso mesmo de outra máquina à prova d'água pois o bom mesmo está pelo caminho das beiradas






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