A lua cheia ainda estava por lá, se recusava a ir dormir mesmo com o sol pedindo licença para tacar fogo nessas beiradas. Dia lindo, dia livre para matar as saudades de Abaeté e da Ilha da Cotunduba.
Cedinho já haviam canoas saindo, é a turma das cinco e meia do Urca Vaa.
Não demoramos e também partimos rumo à ilha da Cotunduba, eu, Carlota e Abaeté.
A corrente nos levou muito rápido e segundo o GPS do Guilherme, ele chegou a navegar a 13 por hora na mesma direção. A volta caiu para 7 km/h e a sensação de voarmos eram apenas as cristas das ondas que descíamos por causa da ondulação de sul. Mas era só sensação... delícia de sensação, diga-se de passagem.
O mar tem disso, a ondulação nem sempre representa a corrente e vice versa. Sabe como é, né? Canoa desce mas não desce...
Pelo caminho fomos encontrando o povo do mar. Atrás da Ilha da Cotunduba passamos pelo treino secreto das meninas da Rio Vaa, agora estamos entendendo a primeira colocação na Rio Boat Show... elas saem por aí desgovernadas, só navegando quilometragem.
Fotografa! Fotografa!
Nas esquinas víamos um mar de espumas que contrastavam com a transparência da beira do mar. Fico imaginando essas praias sem essa cidade desgovernada, sei que a transparência se estenderia muito além das Cagarras.
O Cara de Cão surpreende mesmo, não estava com aquela cara anárquica que apresentou na volta. quase que o mar catapulta Carlota da canoa, estava mesmo o samba do criolo doido, ou da criola... mas são muitos anos de mar, quem sabe não aprendi até a rodar bambolê?
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