quarta-feira, 7 de março de 2012

07 de março de 2012. Mar sujo e confuso na solidão de Janaína.

Têm dias que estamos sós e não nos sentimos sós, têm dias que estamos rodeados de gente e não nos sentimos rodeados. Têm dias que  nos sentimos sós e estamos sós mesmo! Assim fui com Janaína para o mar. Bem cedo, buscando estar  só, como me sentia. Ao meu redor um mar muito sujo me avisava que a cidade continua a mesma. Não ajudou muito na minha sensação, lixo não é boa companhia...
Um mar liso me fez contornar a Ilhota do Anel ainda que a maré extremamente baixa alertasse para as pedras, bastava raspar o paredão que Janaína sairia ilesa.
Estava com uma filmadora, nada de fotografias. Fui raspando os costões até chegar no Leme e dali resolvi dar meia volta e contornar a Ilha da Cotunduba. Meu coração me mandava ficar por perto, entrei na água de vício, de teimosia.
Meu coração dificilmente erra, era mesmo um dia para navegar. Apesar do lixo, apesar das sensações. Fui filmando o que ainda não vi e que talvez nem saiba como recortar e jogar por aqui. Tomara que consiga, o dia estava lindo de azul e tentei mostrar ao máximo o que fazemos ali a essa hora da manhã. Raspei o máximo que pude, enquadrei o máximo que imaginei. Máquina sem visor tem surpresas!
Mar liso e denso ficando esquisito nas costas da Cotunduba... uma maré de fazer a canoa descer e repuxar, de quase virar, de quase surfar, de quase empacar. Ô mar confuso, tal qual minhas sensações.
Mas foi chegar na bóia de frente para a Praia Vermelha que tudo se acalmava novamente, alisava de causar estranheza. Fomos catando um lixo aqui, outro ali, tentando fazer valer a visita ao mar.
Não mais me sentia só, tive certeza de que Janaína estava comigo a me proteger. Canoa danada de firme, que não entra água e não vira na água.
Manhã bem estranha aqui dentro comigo, mas mais estranho ainda seria não navegar. O dia ilumina!

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