Estamos na beirada do mundo, exatamente na beirada do Pacífico. Mooloolaba. Olhando para o mar não identifico qualquer fronteira e consequentemente me deixo levar às beiradas do Rio. Essa talvez seja a melhor descoberta da vida, a inexistência de fronteiras. O amor, a comunicação e o olhar para o outro nos ensina isto.
Não foi nada fácil chegarmos até aqui. Acordar cedo e ver o sol nascer para treinar talvez tenha sido a parte mais fácil. Conquistar a vaga em duas competições realizadas em Vitória da Conquista e Itaipú, Rio de Janeiro foi uma segunda história. O mais difícil foi manter a direção e juntas tentarmos conquistar o direito de estar entre os melhores do va a em um país tão longe que sequer algumas dominam o idioma. O mais difícil foi estarmos aqui agora lutando contra a diferença de fuso horário e dominando a ansiedade de participar do evento máximo de competição do va a.
Diríamos então que já somos vitoriosas pois chegamos!
Teremos a chance de conhecer pessoas novas, culturas diferentes e remar sobre as águas do Pacífico dentro de uma festa de gentes e cores.
Acordo tres da manhã e me pergunto o que fazer com minha insônia? Chego na varanda e olho o canal pertinho da foz do Pacífico e percebo que está longe de amanhecer.
Mas percebo que o amanhecer daqui é na mesma direção do que o nascer do sol que assisto todos os dias de manhã ao embarcar nas águas do atlântico saindo da prainha do Flamengo. Percebo que junto a mim estão as mesmas pessoas que amanhecem juntas neste embarque. Algumas não embarcarão exatamente nas águas do pacífico no dia 12 de agosto às 7:30, mas com certeza estarão juntas em nosso reconhecimento claro de que são também responsáveis por esta conquista.
Lá fora uma madrugada escura me faz pensar em cada uma: Lucinha, Lolita, Sarito, Ana, Kátia, Vik... e pensando em cada uma misturada no conjunto formando uma só canoa, meu coração aquece e me diz que já somos vitoriosas!
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