segunda-feira, 29 de junho de 2020

Em tempos de pandemia...

Período difícil para todos. Na área social, econômica, cultural, esportiva e psicológica poucas serão as pessoas que sairão ilesas desta pandemia.
São exatos 100 dias desde que desembarcamos e emborcamos nossas canoas na esperança de conter esta onda de infecções e mortes. E digo, com segurança de informação, que não fomos capazes de contê-la da forma como poderia ter sido.
Começamos a ensaiar os protocolos de segurança para retorno. Inicialmente apenas eu e Giselle e depois numa saída convidamos Angélica. Tudo para ver como se comporta este movimentar de gentes e embarcações.
Agradecemos sempre à Marina BR pelo espaço que temos e pelo empenho que a empresa também fez para nos manter seguros. Afinal, 100 dias de canoas emborcadas é bastante tempo.



Estranho pensar que desde que este distanciamento iniciou, imaginei que minhas primeiras saídas seriam em estado de graça e prazer indescritível. Não nego que estar no mar podendo fazer uma atividade física e rever as gaivotas, peixes, nuvens, montanhas e a cidade ao longe me revigoraram na esperança de tempos melhores. Mas ainda navega comigo o luto e a insegurança de não saber o final deste pesadelo.
Mas tínhamos que respirar...
Programamos nosso retorno para 06 de julho em canoas individuais e materiais individualizados, em número reduzido de remadores. Não precisaremos acessar as praias e o horário de nossas saídas será de forma a evitar qualquer fluxo de pessoas, além do que imaginamos seguro pelas orientações da área de saúde. Evitaremos em um primeiro momento utilizar transportes públicos e através de questionários monitoraremos a frequência dos remadores e as possibilidades de contágio.




Um blog que antes falava de poesia, de ativismo ambiental, de condições de mar... agora se depara com outros tipos de informações, necessárias para darmos continuidade ao trabalho de resgatar gentes e trabalhar o convívio social e integração com a natureza. Mas, temos que respirar com cuidado. Ainda com máscaras.
Esta matéria hoje pode não ser muito atraente, mas é parte do que sinto. Da necessidade física e econômica de retornar. Do dever de informar. Do desejo de cuidar.
A utilização do protocolo de segurança e a honestidade nas informações de seu comportamento diante da sociedade são pontos fundamentais para que retornemos sem agravar ou possibilitar o prolongamento deste sofrimento que a sociedade vem atravessando. As máscaras, medidas de distanciamento, higienização de material e tudo o mais que o protocolo de segurança exigir não diz respeito unicamente a você, é uma demonstração de amor ao próximo. Cuidem de vocês e de quem está ao seu lado, independente de ser um conhecido.
Tenho certeza de que será um prazer imenso retornar ao mar. Tenho certeza de que a afetividade, respeito e solidariedade estarão em alta e mesmo à distância poderemos sentir isto. Seja em gestos, seja no brilho do olhar acima das máscaras, seja no silêncio oportuno e necessário para nos fazer perceber as beiradas do Rio. Mas para isto precisamos ser conscientes de como minimizar o fato de sermos instrumentos de propagação do vírus.
Sabemos que por enquanto apenas o distanciamento social e as medidas de proteção ao sairmos de nossas casas, poderá minimizar o nível de contágio lá fora.
Mas temos que respirar...





Bem vindos!
Somos o que podemos ser juntos!

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